26/06/2008

Oferta

Ora, peca tu que é fraco
Desça, olhe nos meus olhos
Mostre a sua força, já que é digno de devoção
Oh grandioso,
Prove-me!
Dê-me como um pai o que tanto lhe peço
Tão pequeno, tão pouco...
Inútil

Devo pensar na força maior do que outros pedem?
Estas atendendo aos pedidos alheios nesta hora?
Ouça o meu grito que vem das profundezas
Que de nada lamenta
Que nunca exigiu tanto para que mostre a sua verdadeira face

Trouxe a tona o que há de mais puro e revolto em mim
Exalei loucura disfarçada em bondade
Sinta a minha ira

Não simbolizarei o que for possível a sua chegada
Nem, tampouco, confio nela
De nada adianta ansiar

Oh corredores sombrios que estão a espreita
Oportunistas.
Abro a fenda para que penetrem
Materialistas do imediato
Ouçam o grito mudo deste imundo
Provem-me!

6 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Assim falou o protagonista.

sexta-feira, 27 junho, 2008  
Anonymous Anônimo said...

...Acredita que será ouvido pelos surdos? Estão brincando de gestos e guaguejos em outros ares...

sexta-feira, 27 junho, 2008  
Anonymous Anônimo said...

Já é a quarta vez que leio e não sei exatamente o que comentar.
Me lembrou muito os poemas do Ditirambos de Dionísio. Você leu?
Um beijo!

quarta-feira, 02 julho, 2008  
Anonymous Anônimo said...

Perseguir a exatidão não é aspirar ao Todo, mas conformar-se ao particular. Não é abdicar da clareza e da escolha, mas saber que, para além delas, existem infinitas possibilidades de outras formas e, inclusive, a absoluta ausência de formas.

quarta-feira, 02 julho, 2008  
Anonymous Anônimo said...

Mas a vida, se não nos empenhamos, é só indefinição. Algo como uma borra de café, largada na beira de uma pia. Só uma coisa lhe dá sentido: a invenção.

quinta-feira, 03 julho, 2008  
Anonymous Anônimo said...

O mundo continuará em ebulição, o vago e o disforme continuam a ser a matéria da vida. Tudo o que nos resta é escolher, separar e inventar nossa própria solidão.

segunda-feira, 07 julho, 2008  

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