29/04/2006

"Desnatural"

Não era ninguém
E já existia
Promessas e sonhos...
Roupinha azul!

Navegava seu sonho em outros mares
Eu, peixe fora d'água em seus planos
Pesco agora minha solidão
Tão bela
Tão só
E rica...

Passeio,
Ando sobre as águas
Tão viva...
Esmago nossas histórias não contadas
Flutuo em minha imaginação
À deriva,
Mais doce desatar nós em parafusos
Ao desfrutar de tua companhia

Crio um pai
Oh! Ausente
Desista!
Esta é minha solidão
Tão bela...
Tão só...
E rica!

Barquinho de papel
Esta é minha fralda trocada
Meu choro calado
Ostente sua estupidez
Guarde meu silêncio
Tão belo,
Só, e rico!

15/04/2006

Insaciável

As galinhas corriam eufóricas no quintal
De longe ouvia-se os gritos das cabras
E a roupa era batida à beira do riacho
A casa, vazia...

Orelhas nos livros
Papel amarelado
Tênis rasgado
Terra batida
Lápis apontado
Voltava ele da escola
A casa, vazia...

Aos poucos às cordas se enchiam
O vento soprava
E ela estendia
E a casa, vazia...

Entra ele,
O cheiro da lenha...
Bolo de fubá!
O menino no sofá
Na casa, havia...

Pregadores largados
Pés descalços, corriam
Choro amuado
E o garoto, morria...

Calça arriada
Sangue na sala
E Pedro, jazia

Desesperada, chorava
A roupa voava
E na casa, Luzia...

Na sombra
Mais um se escondia
Agora, Luzia sofria
O gozo estridente, Luzia indefesa,
Não se protegia...

Ato consumado e
Adalberto, fugia.
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