26/06/2008

Oferta

Ora, peca tu que é fraco
Desça, olhe nos meus olhos
Mostre a sua força, já que é digno de devoção
Oh grandioso,
Prove-me!
Dê-me como um pai o que tanto lhe peço
Tão pequeno, tão pouco...
Inútil

Devo pensar na força maior do que outros pedem?
Estas atendendo aos pedidos alheios nesta hora?
Ouça o meu grito que vem das profundezas
Que de nada lamenta
Que nunca exigiu tanto para que mostre a sua verdadeira face

Trouxe a tona o que há de mais puro e revolto em mim
Exalei loucura disfarçada em bondade
Sinta a minha ira

Não simbolizarei o que for possível a sua chegada
Nem, tampouco, confio nela
De nada adianta ansiar

Oh corredores sombrios que estão a espreita
Oportunistas.
Abro a fenda para que penetrem
Materialistas do imediato
Ouçam o grito mudo deste imundo
Provem-me!

14/06/2008

Fim

Sala de comando
Cálculos matemáticos
Metafísica
Painel de controle
Um vírus
Um mal
Uma angustia

O ar corta seus lábios
Corta tudo
Faz-me sangrar
Sorte seria a morte

Indícios...
Cada serpente em seu próprio cativeiro
E a maldade mutua faz enganar
“A si”

Sorte tem o tempo; que não acaba
E passa...
Ah passa!
Imóvel, abaixo do nível do fundo do poço
Não me resta escolha alguma

Retomo a consciência
Me sinto tonto
Vazio...
Cheio de tudo e um grande nada
Cheio do que não querem

Aperto o botão vermelho

05/06/2008

Estável

Prerrogativas dos que sentem
A volta é dada
Os dias ruins se afastam
O aborto vira pó
Depositando os restos de não vida
Em meados de ossos e combustível
Trazendo abelhas
Ferroadas

Os dias passam
Novidade!
Algo cresce desajeitado
Desconcentrado, vivo

Oásis...
Oferendas aos deuses
Catacumbas paralelas
Reencarno uma moto
Tolice entregar-se ao engano
“Eu sou a verdade...”.
Não sou nada!

Incompreendido
Todo afeto oferecido
Peco em teimar
Errar...
“Não tenho mais tempo para errar...”
E quem tem (tempo)?
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