05/10/2006

Combate

Fumaça negra
Quase não avisto ninguém
Precisava disto para me recompor
Do obuseiro, sentia-me tão privilegiado...
Puro engano
Fraqueza
Absoluta.

A crosta que se formou em minha pele
Salgada como o mar
Mar...
Me sinto à deriva
Longe do
Mar...

Subitamente, uma salva...
Espessa e destrutiva
Esponho-me
Expurgo-me
Merecida chuva pontiaguda.
Caio literalmente em pedaços
Ninguém ouve os gritos de socorro
Berro em silêncio
Curto a derrota.
Merecido seria não haver outra chance
...Perecer
E morrer só; no vazio deserto

02/10/2006

O silêncio...
Meus passos incomodam os vizinhos
Decido voar
Três batidas e logo tão alto estou
Logo, o silêncio me devora novamente
Impiedoso
Mas agora não incomodo mais ninguém
Aparentemente!

...Tão longe
Vôo baixo
Quase a aterrizar
Muito verde,
Amarelo
Vermelho
Já não impressionam
De repente,
O opaco
Ofuscada, minha cega visão
Sorri!

Daqui ouço...
Outro mel ainda adoça tua boca
Ciclo circadiano
Pouso pisando em folhas secas,
Despetaladas do seu peito como lembranças,
Estalam
Quase dói em mim
Volto a incomodar

Lançado o deboche feitiço
Nem três, nem quatro
Imóvel
Não ando
Não plano
Paraliso
Espero.
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